Suposto elo entre a estilista e o nazismo é assunto comum a três títulos, dois dos quais chegam ao Brasil.
'O segredo do Chanel nº5, já disponível no país, retrata a francesa como empresária inescrupulosa'.
Quarenta anos após sua morte, a história e o legado de Gabrielle ''Coco'' Chanel (1883-1971) ainda são um mistério. Só neste ano, a estilista francesa é abordada em três livros biográficos, que têm como tema comum seu suposto envolvimento com o nazismo.
Recém-lançado no Brasil, ''O segredo de Chanel nº5: S História Privadado Perfume Mais Famoso do Mundo'' (Rocco, 304 págs.) é o único a já ter edição local á venda.
A autora Tilar J. Mazzeo, que fez sucesso com o livro ''A viúva Clicquot'' (sobre a vida da criadora do champagne homônimo), esmiúça a tragetória do perfume que tornou milionária, nos anos 1920, uma então jovem e ambiciosa costureira.
Ao contar segredos obscuros da história do perfume apelidado de monstro das fragrância'' - como o jogo político que Chanel empreendeu para tentar tirar dos sócios os direitos sobre o produto - Mazzeo revela a personalidade de uma mulher movida pelas circunstâncias. E que soube lucrar, muito, com elas.
Numa das passagens mais impressionantes de sua narrativa, Tilar descreve o alvoroço dos soldados americanos em frente á loja de Chanel no fim da Segunda Guerra.
Ao expulsar os nazistas de paris, em 1945, eles se amontoavam em filas para comprar um frasco do tal nº5, enquanto sua criadora se escondia num quarto do hotel Ritz, temendo ter sua identidade secreta descoberta.
Em ''Dormindo com o Inimigo: A Guerra secreta de Coco Chanel'' (a sair no Brasil em setembro), o jornalista americano Hal Vaughan relata que Coco Chanel teria trabalhado para o serviço alemão de inteligência.
Ela teria aceitado se tornar a espiã F-7214, em troca da libertação de um sobrinho de um campo de concentração.
No livro estão descritas uma operação de espionagem na Espanha e a amizade da estilista com Winston churchill, estadista britânico que a teria livrado do fuzilamento após a queda do Terceiro Rich.
As supostas provas reunidas pelo autor, que seriam de arquivos militares americanos e europeus, incluem um documento do serviço britânico da inteligência.
Nele, um desertor alemão testemunha que, em 1943, Coco Chanel foi a berlim oferecer seus serviços ao general Heinrich Himmler.
As informações levantadas por Vaughan, aliás, coincidem com as da autora Lisa Chaney, que, em novembro, lançará nos EUA o livro ''Coco Chanel: An Ultimate Life'' (Coco Chanel: Uma Vida Ìntima).
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Os documentos que comprovariam o antissemitismo de Chanel, de acordo com a editora responsável pela publicação, foram retirados do arquivo Federal Suíço. Após o fim da guerra, vale lembrar, a estilista refugiou-se na Suíça com Dincklage.
Na controversa biografia Chaney pretende provar o envolvimento da estilista com drogas, sua suposta bissexualidade e um caso amoroso com o pintor Salvador Dalí.
O SEGREDO DO CHANEL Nº5: A HISTÓRIA PRIVADA DO PERFUME MAIS FAMOSO DO MUNDO.
Autor: Tilar J. Mazzeo
Editora: Rocco
Quanto: R$39,50 (304 págs)
DORMINDO COM O INIMIGO: A GUERRA DE COCO CHANEL
Autor: Hal Vaughan
Editora: companhia das letras
Quanto: sem informação
COCO CHANEL: AN ULTIMATE LIFE
Autor: Lisa chanley
Editora: Viking
Quanto: US$ 18, pré venda Amazon (464 págs)
Grife rebate acusações feitas a sua criadora
As polêmicas acusações descritas no livro ''Dormindo com o Inimigo'', de Hal Vaughan, geraram imensa repercusão da mídia.
Com isso, a direção da Chanel decidiu sair em defesa de sua criiadora, em comunicado á imprensa internacional.
No texto, a grife comenta a amizade da estilista com Einston Churchill e rebate as ''insinuações do autor'' sobre o antissemitismo de Chanel. ''Algo improvável, considerano que ela foi íntima de judeus famosos, como o fotógrafo Irving Oenn e o escritor Joseph Kessel, diz o texto.
A marca afirma que a estilista intermediou um acordo de paz entre alemães e aliados, numa operação intitulada Modelhut.
''Ninguém sabe bem seu papel no caso, há muitas versões e isso sempre será um mistério.''
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Já a conturbada relação da estilista com seus sócios foi descrita como normal.
O texto frisa que, assim como muitos designers, ela nunca estava completamente feliz com seus direitos que detinha sobre a venda de suas fragrâncias.
''Gostaríamos de encorajá-los a consultar livros mais sérios sobre Gabrielle'', dispara a grife no texto.
Fonte: Folha de São Paulo
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